terça-feira, 28 de junho de 2016

Teoria Marxista







Foi no estado alemão, agitado e cheio de problemas, que nasceu o marxismo. Essa
teoria não foi concebida apenas por Karl Marx ( 1818 - 1883 ), ele teve uma colaboração ideológica e
financeira de Friedrich Engels ( 1820 - 1895 ). Eles escreveram em parceria o Manifesto Comunista (
1848 ) e A ideologia alemã. Algumas das obras de Marx foram O 18 Brumário de Luís Bonaparte,
Contribuição à crítica da economia política, e a mais importante que foi O Capital. Já Engels escreveu
Anti-Dühring, A dialética da natureza, A origem da família, da propriedade privada e do Estado e outras.
Eles formularam seu pensamento baseado na realidade social da sua época, que era
de um grande avanço técnico e aumento do controle da natureza pelo homem mas por outro lado, a
classe trabalhadora sofria mais opressão e ficava cada vez mais pobre. Sua doutrina partiu do estudo
dos economistas ingleses Adam Smith e David Ricardo e da filosofia de Hegel. Essa doutrina se compõe
de uma teoria científica, o materialismo histórico, e de uma teoria filosófica, o materialismo dialético.
Segundo o materialismo, o mundo material é anterior ao espírito e este deriva daquele. Marx chama de
infra-estrutura a estrutura material da sociedade, sua base econômica, que consiste nas formas pelas
quais os homens produzem os bens necessários à sua vida. A superestrutura corresponde à estrutura
jurídico-política e a estrutura ideológica. A posição do marxismo, é que a infra-estrutura determina a
superestrutura, mas ao tomar conhecimento das contradições, o homem pode agir ativamente sobre
aquilo que o determina. As manifestações da superestrutura passam a ser determinadas pelas alterações
da infra-estrutura decorrentes da passagem econômica do sistema feudal para o capitalista. O
movimento dialético da história se faz por um motor, que é a luta de classes. Essa luta acontece porque
as classes tem interesses antagônicos. No modo de produção capitalista essa relação de antagonismo se
dá porque o capitalista detém o capital e o operário não possui nada, tendo que vender a sua força de
trabalho.
A partir desse ponto, Marx formula uma de suas conceitos mais conhecidos que é a
mais-valia. Esse mais-valia é concebida quando o trabalhador vende ao capitalista a sua força de
trabalho por um valor estipulado num contrato. Acontece que ele produz mais do que esperado, e como
ele fica com tempo disponível dentro da empresa ele produz um excedente que é a mais-valia. Essa
mais-valia não é dividido com o trabalhador e fica nas mãos do capitalista que vai acumulando o
capital. A mais-valia é portanto o valor que o trabalhador cria além de sua força de trabalho e é
apropriado pelo capitalista. Outro conceito que Marx constrói é o da alienação. O trabalhador quando
vende a sua força de trabalho se torna estranho ao produto que concebeu. Essa perda do produto causa
outras perdas para o trabalhador, como a separação da concepção e execução do trabalho, e ainda com
o avanço tecnológico, ele fica sujeito ao ritmo da linha de montagem, não tendo controle sobre o seu
ritmo normal de trabalho. Para que o trabalhador não se revolte, o capitalismo usa de mecanismos de
introdução de ideologia na cabeça das pessoas, para que estas se conformem com a situação de
desigualdade.
O Socialismo
Para Karl Marx, a classe operária, organizada em um partido revolucionário,
deverá destruir o Estado burguês e organizar um novo Estado capaz de acabar com a propriedade
privada nos meios de produção. Esse novo Estado, que ele chama de ditadura do proletariado, deverá
liquidar a classe burguesa no mundo inteiro. Essa primeira fase é chamada de socialismo, precisa de
um aparelho estatal burocrático, um aparelho repressivo e um aparelho jurídico. É nessa fase que se
dará a luta contra a antiga classe dominante, para se evitar a contra-revolução. O princípio do
socialismo é: “De cada um, segundo sua capacidade, a cada um segundo seu trabalho”.
A segunda fase, é chamada de comunismo, e se define pelo fim da luta de classes e
consequentemente o fim do Estado. Haveria um desenvolvimento prodigioso das forças produtivas, que
levaria a uma era de abundância, ao fim da divisão do trabalho em trabalho material e intelectual, e a
ausência de contraste entre cidade e campo e entre indústria e agricultura. O princípio do comunismo é:
“De cada um, segundo sua capacidade, a cada um, segundo suas necessidades”. Com a passagem para
o comunismo, a luta de classes não mais seria entre dominantes e dominados, e sim entre as forças
progressistas e as forças conservadoras.
Correntes marxistas contemporâneas e as aplicações do método marxista.
Lênin ( 1870 - 1924 ), teórico do marxismo, cujo verdadeiro nome era Vladimir Ilitch
Ulianov, foi também um revolucionário. Quando os socialistas revolucionários, liderados pelos
mencheviques, derrubaram os o czarismo em março de 1917, Lênin se encontrava exilado na Suíça.
Retornando à Rússia, liderou a facção dos bolcheviques, que tomou o poder em outubro do mesmo ano.
O seu propósito era restabelecer a verdadeira concepção de Marx e Engels, deformada pela Segunda
Internacional ( 1889 - 1914 ), a partir da qual alemães e franceses apoiaram a guerra imperialista de
1914. Ele também rompeu com o teórico alemão Kautsky, acusando-o de oportunismo e de adotar
posições não revolucionárias, além de imprimir interpretações positivistas e não dialéticas ao
pensamento marxista. Propunha a quebra do Estado burguês pela violência e instaurar a ditadura do
proletariado, e foi contra os anarquistas que achavam necessário abolir o Estado imediatamente. Sob o
seu comando, a Rússia se tornou União Soviética, onde acabou com a propriedade privada, planificou a
economia, fez reformas agrárias, nacionalizou bancos e fábricas.
Leon Trótski ( 1879 - 1940 ) foi companheiro de Lênin nas lutas de 1917, e defendia
revolução permanente, que significa o prolongamento da luta de classes em nível nacional e
internacional, que gerará a guerra civil interna e a guerra revolucionária externa. Trótski foi muito
perseguido pelo seu maior inimigo, Stálin, e refugiou-se no México, onde foi assassinado por um
stalinista.
Joseph Stálin ( 1879 - 1953 ), foi o sucessor de Lênin no poder da URSS e fortaleceu
o Estado ao ponto de transformá-lo num regime totalitário. Imprimiu ao socialismo um caráter
fortemente nacionalista, fortaleceu a polícia e o exército e desenvolveu o culto à personalidade. Esteve
menos preocupado com a teoria e mais com a formulação de máximas de ação. Após sua morte,
Kruchev assumiu o poder e promoveu o processo de desestalinização.
Rosa Luxemburg ( 1871 - 1919 ), natural da Polônia, ajudou na formação da Liga
Espartaquinista e fundou o Partido Comunista Alemão. Defendia a tese da espontaneidade das massas e
criticava o partido único, cuja consequência é o governo ditadorial de uma minoria. Alertou
severamente sobre os perigos da burocracia, que poderia levar à supressão da democracia.
Antônio Gramsci ( 1891 - 1937 ) foi um dos mais importantes teóricos italianos,
preso durante catorze anos pela ditadura fascista. Mesmo no cárcere, onde ficou até a morte, escreveu
muito, enfatizando a crítica ao dogmatismo do marxismo oficial, que ao petrificar a teoria, impedia a
prática revolucionária .

Nenhum comentário:

Postar um comentário